segunda-feira, 17 de agosto de 2015

SOBRE O MAR

     
     Uma das minhas maiores motivações para escolher Rio Grande como morada foi a existência do mar. Esqueci do frio do nosso estado, desconhecia tanta umidade, tanto mofo, tanto vento quando vim parar por aqui. Mas, apesar de todos os pesares, dos tantos desagradáveis (umidade, mofo e vento) e do cinza característico rio-grandino, há o mar!       Sim, Rio Grande tem mar, tem a maior praia do mundo.
      Estive em Rio Grande na infância, na companhia de meus pais e irmãos. Fazia muito tempo, quando retornei, nem me lembrava mais... Voltei à cidade para prestar concurso para a FURG e confesso não ter gostado do lugar. Fiquei hospedada no centro, onde tudo me pareceu triste, antigo e sujo. Questionei se queria mesmo viver aqui, até conhecer o Cassino, no último dia do concurso. Foi quando decidi: quero morar neste lugar! As árvores da Avenida Rio Grande e o mar me encantaram.
     No primeiro ano de vida no Cassino (agora já são cinco), caminhava todos os dias para saudar o mar. Depois fui me acostumando à presença da imensidão azul e agora não a contemplo todos os dias, mas a certeza de sua proximidade me faz bem, me consola. E sei: posso olhar o mar, ele está logo ali. E sei também o quanto olhar o mar me tranquiliza, me faz sentir em paz. As ondas carregam lamentos, angústias. Parece que aquele movimento das ondas pode curar qualquer dor. Diante do mar, grandioso e onipotente, sinto minha pequenez, me energizo, me fortaleço. Com o tempo descobri: contemplar o mar é minha forma de oração.
     O Cassino é um lugar de encanto, de magia: da calmaria do inverno à agitação do verão, tudo me agrada, tudo tem sua beleza. Claro, continuo a reclamar da umidade, do mofo, do vento, no entanto tudo é pequeno, diante da beleza grandiosa do mar e das árvores da avenida Rio Grande. Os cassineiros, de modo geral, gostam mesmo é do final do verão, quando os turistas invasores do espaço, egoisticamente considerado como todo nosso, voltam para as suas cidades de origem. E os moradores do Cassino respiram aliviados. E eu, faço parte do grupo de exceção, que aprecia tanto a presença dos turistas, como também a sua partida.
     Postei no facebook uma foto do mar acompanhada da frase: “O que acalma não é água com açúcar, é água salgada”, e uma amiga sugeriu a escrita deste texto: espero que os rio-grandinos, leitores deste espaço e os que, como eu, adotaram esta cidade, se identifiquem com esta declaração de amor ao mar e ao Cassino.


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