Voltei a dançar, presencialmente, após
a primeira dose da vacina, em setembro de 2021. Na primavera, a estação do
renascimento, a minha vida tomou novo rumo, mais alegre e com mais autoestima
com a Zumba, com o professor Lucas di Natan e com os colegas, porque o dançar sozinha em
casa, na modalidade online, não tinha a mesma energia.
Em abril deste ano, decidi ir ao Baila Costão com as
colegas e o professor, eu, com meus 52 anos, me senti adolescente como minha
filha, planejando a viagem de formatura do ensino médio para Porto Seguro. No
dia de organizar as roupas para o Costão do Santinho, peguei a mala emprestada da
filha e ri muito, ao ver, amarrada na alça, a fitinha cor de rosa do Senhor do
Bom Fim. Viagens abençoadas de dança, festa e alegria!
Retornamos da viagem no domingo e, desde então, transbordo de felicidade. Momentos assim, de profunda emoção, sempre me levam à escrita, preciso esparramar nas palavras. Sou inteira, jamais pela metade no que faço. Então fui para aproveitar o máximo e assim fiz: me arrumei para o glamour da festa do Óscar, cuidei de todos os detalhes para a festa à fantasia, fiz todas as aulas de Mixturado para matar a saudade do Fernandinho e todas da Zumba que o corpo aguentou. A natureza e a arte juntas fazem do Baila Costão um evento memorável. Para maior entendimento sugiro o vídeo da aula ao ar livre do Jaime Aroxa, para mim, o ápice do evento.
Merece destaque o atendimento perfeito
do Resort, as opções gastronômicas e etílicas, a beleza do
local, do projeto paisagístico, Além da natureza e da dança, há a troca de
energia, a escapada da realidade, doses extras de alegria e de motivação para a
vida. Me tornei mais amiga das colegas da Zumba, ouvindo suas histórias de
vida. Eu que sou muito falante, penso que devo aprender a escutar cada
vez mais. O Denny Pires, professor, coreógrafo, me disse algo comovente e tomo
a liberdade de relatar aqui, com o devido consentimento dele. Ao ser indagado
sobre qual era o seu hobby, respondeu ser a sua profissão. Lembrei de uma
palestra com a Lya Luft, no qual disse ter explicado ao neto criança que o
trabalho era a brincadeira dos adultos. Abençoados os que tem a arte como
ofício, como missão!
Eu invento histórias e desde que
aprendi a escrever, as transfiro ao papel. Não sei se escrevo tão bem como os professores
do Baila Costão dançam, mas faço com o mesmo amor. Sei que nem sempre alegro e
faço as pessoas felizes me lendo, porque a literatura não é como a Zumba.
Tento, sim, emocionar, provocar, enfeitiçar e encantar, é assim que me sinto
olhando para os professores quando danço. Há algo enigmático no olhar de quem
dança, penso que na literatura também, só que é um olhar para dentro.
A literatura é meu ofício. A dança não
sei se é meu hobby, porque não associo apenas a um prazer descompromissado, é mais
forte do que isso, é necessidade, mas não vou chamar de vício, porque estaria
associando ao negativo. Penso que seja um feitiço, um encanto, sem deixar de
ser liberdade. Em ambos, literatura e dança, me sinto absolutamente livre.
E desejo que a liberdade permaneça no Baila
Costão, que fez quinze anos, e pela primeira vez contou com uma sala dedicada à
Zumba que deve seguir para sempre no evento. Afinal a diversidade, seja ela qual for, é o que há de
mais belo no mundo. Que cada um encontre sua modalidade, pois estou certa de que quem dança é mais feliz! Eu me achei, sou da turma da Zumba, que aliás teve uma
equipe maravilhosa no Baila Costão: Denys Pires, Murilo Maia, Leo Fontes, Dudu
Neves e Lucas di Natan! Agradeço a todos os professores com os quais dancei e danço: Fernandinho, Binho, Tayná Pires, Ricardo Alves. De
modo especial agradeço ao Lucas que traz tanto afeto às suas aulas e eu tento retribuir o
sentimento, dançando empolgada. E meus movimentos podem
estar desajeitados, mas estou sempre inteiramente feliz.
A arte salva, a arte cura! ¡Viva la vida!




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