Vai passar!
Estou transbordando de
alegria e, quando isto acontece, rende crônica. Escuta aí que eu quero te contar
sobre o Minis de Quarentena! O projeto #minisdequarentena surgiu
como ideia do meu marido, para me salvar no começo da pandemia. A princípio era
só para o Twitter e depois foi ampliado para Instagram, Facebook e Blog. Se
deixei de sentir medo, raiva e tristeza por estar escrevendo os minicontos? Claro
que não! Mas melhorei muito. A escrita diária me trouxe um momento de pausa
para refletir sobre o dia e escrever. E quando percebi que havia leitores
esperando pela postagem diária, além de me trazer alegria, trouxe também responsabilidade
e cuidado. Alternava minicontos tristes, divertidos, irônicos, políticos,
poéticos. E, paralelo aos minis, escrevia um romance. Quando digo que a arte
salva, é mais pura verdade!
Cheguei até o número 201,
por sugestão da minha mãe para brincar com o nome da minha obra anterior, Duzentos.
Não pulei nenhum dia, não aproveitei nenhum texto pronto, todos foram escritos na data, no período de abril a novembro. Estive conversando com colegas professores das séries
finais do ensino fundamental e do ensino médio que indicaram, trabalharam com
os #minisdequarentena em aulas, inclusive, conversei sobre o projeto com estudantes.
Enfim, eu parecia satisfeita com os leitores que o projeto alcançou, quando abriu
um edital, no final do mês de março, para publicação na editora Libertinagem.
O nome me agradou e a chamada para publicar obras de autoras me caiu bem. Me encorajei
a enviar os Minis de Quarentena, em função das cutucadas de amigos e
colegas professores dizendo que o projeto merecia publicação. Em maio recebi a resposta
que a obra havia sido selecionada! Uhu!!!!
Alguns meses se
passaram até a finalização do livro, trabalho cuidadoso do Matheus Bibiano Branco.
Tive a honra de contar com o prefácio do Adail Sobral, os textos de
apresentação do Artur Vaz e da Valesca de Assis. A escolha da artista para a
capa não poderia ter sido melhor, a Denise Gonçalves leu o livro e entendeu o
projeto. Conto que na primeira conversa com a artista, já me senti segura, confiei,
mas ela conseguiu me surpreender. Hoje tenho a capa mais linda do mundo que
retrata, estampa e revela muito sobre os Minis de Quarentena. Livro nos finalmentes,
o editor me pergunta sobre lançamento. Em época que todos fazem Live, eu
me neguei. De cara já fui avisando: quero presencial, ao ar livre e já tenho
lugar. E aqui faz-se necessário contar sobre o lugar escolhido.
Nada
é por acaso, ao comprar cerveja no Galpão 1961, fomos informados sobre um Sarau
no fim de semana. Desde março de 2020 não saíamos de noite para ouvir música ou
tomar cerveja em Porto Alegre, foi muita emoção ter ido ao 1º Sarau do Galpão
em julho deste ano. Naquele momento decidi: o Minis de Quarentena precisa
nascer aqui! Lugar ideal: aberto, ao ar livre, muros pintados coloridos, decorando
muito bem o espaço antifascista, músicos maravilhosos, cerveja, caponata, pizza,
tudo delícia. No sarau conheci, pessoalmente, a Carolina Panta, editora da
revista La Loba, comprei o romance Olivetti Lettera 32, ganhei autógrafo.
Amei o livro, li em três dias. Aproveita a dica!
Voltando
à ideia do lançamento, a princípio estávamos, editor e eu, temerosos com o
presencial, por sofrermos críticas, parecermos inconsequentes, irresponsáveis
ou não ter público para a ocasião. Consultei amiga médica escritora e muito
responsável sobre o desejo de fazer o evento ao ar livre, mandei fotos, expliquei.
Me senti apoiada.
O
lançamento dependia de outro fator muito importante: o clima! A torcida pelo
tempo bom uniu vibrações da autora, do editor, da Turma do Galpão 1961 e mais
um monte de gente desejosa de celebrar o lançamento comigo num dia lindo. E
veio o Sol no dia 11 de setembro! E veio muita gente querida celebrar o meu
terceiro livro solo! Sou péssima para escrever autógrafos. Só que desta vez
queria escrever muito, queria falar da fé e da esperança por dias melhores e
expressar minha profunda gratidão aos que estavam comigo naquele momento. Os
autógrafos foram recheados de amor, afeto e gratidão, desta vez mais do que em qualquer
outra.
A
chegada do livro também marca um novo tempo na minha vida. Familiares, amigos
que estão sempre comigo, desde a primeira publicação, outros muitos que retornaram,
novos que chegaram, alguns que se afastaram. Teve quem vibrou de longe por não
ter conseguido vir, teve quem não foi, porque segue com muito medo da pandemia
e, apesar de ser em espaço aberto como uma praça, um parque, alguns permanecem com dificuldade
de voltar à vida e eu entendo.
O
lançamento foi de uma alegria gigante! Quantos amigos que não saíam de casa,
todos trancafiados desde março de 2020, que conheceram o Galpão no sábado e renasceram
um pouquinho? Fico feliz em dividir a descoberta de um espaço tão especial e propiciar encontro de amigos que não se encontravam fazia muito tempo.
E
eu tô igual ao Rei Roberto, são tantas emoções... Quantos amigos me prestigiaram:
colegas do Fica Espanhol RS, colegas escritores, a turma do CLJ, do Santa
Teresa de Jesus, do Cônego, ex-alunos que se fizeram amigos da PUCRS, da FURG,
amiga de infância que reencontrei no Instagram durante a pandemia. Amigos de Rio
Grande. Bah! E teve até quem viajou de Bagé a Porto Alegre só para celebrar comigo!
Sem palavras para agradecer por tanto!
Estou muito envaidecida
e muito feliz por ter publicado pela Libertinagem que tem um editor que se
desloca de São Paulo a Porto Alegre para estar com a autora no lançamento.
E Minis de Quarentena nasceu
no mês da primavera e bem colorido.
Vai
passar!