Tenho
muito orgulho da minha família! Meus pais educaram a mim e aos meus irmãos para
sermos éticos, honestos, trabalhadores, independente do sexo. Minha irmã e eu
não fomos ensinadas ou treinadas (ou seria melhor adestradas?) para nos
tornarmos mulheres belas, recatadas e do lar. Funcionou muito bem, somos
mulheres independentes e batalhadoras.
A
matéria sobre a esposa do Temer na revista Veja, por sorte, não me representa,
nem me causa nenhuma mísera gota de inveja ou admiração, tampouco a maioria das
mulheres com as quais convivo, todas buscam seu espaço na sociedade, defendem
seus pensamentos, lutam por um país melhor, exercendo suas profissões.
Houve
muito investimento na minha família em educação e muita conversa para a
formação de valores humanos. Nunca fomos incentivadas a seguir padrão de beleza
algum. Lembro a admiração dos meus pais, quando eu quis, aos dez anos, cortar o
cabelo bem curtinho, era um desejo meu e foi atendido sem problemas. Não sei se
houve boato, se eu tinha piolho ou se eu era homossexual, para esclarecer: eu não
tinha piolho (tive, mas não nesta ocasião) não sou homossexual e se fosse tenho
certeza que minha família aceitaria, porque a preocupação sempre foi com estudo,
ética e dignidade, livre de preconceitos. Assim penso e me encho de orgulho.
O
Deus que respeito e venero, não é o citado no domingo fatídico da votação do impeachment,
meu superior é outro! O meu prega a liberdade, admira a Maria Madalena e
desconsidera o modelo de mulher bela, recatada e do lar. Não quer violência,
deseja propagar a paz e jamais prestaria homenagem ao torturador Carlos Alberto
Brilhante Ustra. Deus é, sim, tolerante e misericordioso, não obstante jamais aplaudiria
a crueldade!
Assusta-me
o pronunciamento do nome de Deus em vão, me assusta o modelo de mulher que
desejam impor, me assusta o futuro do país! Não quero, nem nunca serei
recatada! A propósito, me parece tudo tão antigo nos últimos dias, a sensação
de que o Brasil caminha de ré. Preparem-se o retrocesso aproxima-se... As
mulheres recatadas já existiram, em sua maioria, em séculos passados. Época em
que mulheres deveriam aceitar caladas a traição de seus maridos e acreditar na
fala comum, repetida de que a natureza masculina era outra, diferente da
mulher. Fidelidade era algo atribuído apenas ao gênero feminino. Que triste,
mal sabiam elas: era tudo culpa do maldito recato, que lhes fora imposto e não
fora questionado! Nem todas aceitavam, mas a maioria feminina calada e infeliz mantinha-se
casada por depender financeiramente dos maridos. Sem falar na violência
doméstica que, infelizmente, sempre existiu, houve tempos ainda mais difíceis,
os anteriores a lei Maria da Penha. Bom ter nascido em outro período, porém me
aflige pensar o quanto ainda precisaremos lutar, porque a violência contra a
mulher segue. Basta pensar na agressividade sofrida pela presidenta nos últimos
meses e nas mulheres contrárias ao impeachment no momento da votação no
domingo, as vaias e as ofensas recebidas.
Bem,
continuemos unidas, mulherada sem recato e batalhadora, afinal a luta por uma
sociedade igualitária e justa continua e o Brasil precisa de gente forte e
guerreira. As recatadas que fiquem em casa tomando chá, enquanto nós nos
ocuparemos da reconstrução de um Brasil melhor.

Perfeito! Super me representa o teu texto.
ResponderExcluirMuito obrigada!
ExcluirMuito obrigada!
ExcluirFaço minhas cada uma das suas palavras,obrigada!!
ResponderExcluirFaço minhas cada uma das suas palavras,obrigada!!
ResponderExcluirMuito obrigada, bjs
ExcluirMuito obrigada, bjs
Excluir