Ano
passado fiz minha estreia no Baila Costão e prometi a mim mesma ir na próxima
edição e em muitas, muitas outras mais! Se quero saúde na vida é pra isso mesmo:
bailar na companhia das amigas, rir à toa, comer e beber bem, caminhar num paraíso
natural. E digo mais: se existe um Deus, o meu gosta da zoeira, da música
latina, de todos os ritmos e coreografias da Zumba. Eu que nasci descoordenada,
que nunca aprendi direita e esquerda, giro, rebolo, pulo feito menina e me divirto
até quando erro a coreografia, quando giro pro lado errado, porque pra mim a vida
é isso mesmo: um eterno aprender.
Tenho certeza que a passagem
do tempo tem sido muito melhor com a energia compartilhada nas aulas da Zumba,
porque, sim, o saber envelhecer é um tema que tem me feito pensar muito nos
últimos anos. Viva a Zumba que me trouxe amigas de idades e experiências tão
diversas, com quem compartilho momentos de adolescente, sendo uma cinquentona! A
diversidade, inclusive, foi registrada em duas fotos: a do kiwi que gerou três comparações:
coração, bunda e rim e a da fantasia, porque o escolhido diz muito sobre a
personalidade e estilo de cada uma.
E o Baila Costão celebra
a diversidade na dança, exaltando a alegria de viver e aproximando as pessoas! Foi muito bom estar por mais tempo com as
colegas e voltar admirando ainda mais cada uma delas. Nem sempre na academia temos
tempo de conversar com mais calma. Pra mim mais uma das lindezas do evento é a
de oportunizar o fortalecimento das amizades. No meu caso, com a minha turma,
teve muita foto zoeira, como o make in off para deixar o celular parado
no chão e colocar no temporizador, uma trabalheira sem fim da colega no chão de
quatro para um registro da amizade. Teve outros vídeos e fotos pra sacanear
colegas em posições esquisitas nas aulas e dancinhas nos bailes e no barzinho.
Ficarão nos grupos privados e divertidos do WhatsApp. Vida de adolescente com
muita comida e bebida boa envolvida.
E agora que estou distanciada
do tempo e já consigo achar graça, eu conto da minha confusão no primeiro dia!
Arrumei tão bem a minha mala que não achava as minhas calcinhas, tomei banho
antes de ir para as primeiras aulas de dança, lavei a peça que vestia, deixei pendurada
no box do banheiro e coloquei a parte debaixo de um biquini, que resolvi colocar
na bolsa na última hora, caso fosse usar a piscina e foi o que me salvou! As minhas
colegas de quarto e eu mesma, todas se divertindo com a situação, mas no fundo eu
tava mesmo preocupada. Lembrava do meu tio que dizia não usar cueca e que era muito
mais confortável, mas nenhuma tia tinha me revelado algo parecido... Enquanto fazia
as coreografias, pensava se teria calcinhas para vender nas lojas do resort ou se
eu teria que secar com secador de cabelo na volta pro quarto a calcinha que
tinha lavado ou se a parte de cima do biquini poderia se transformar em uma
calcinha. As colegas hospedadas em outro quarto se solidarizaram, avisando que tinham
secadora, eu poderia usar sem problema. Já tava até me imaginando pelo resort da
vila 6 para a 5 para secar uma peça tão pequena. Que falta de espírito ecológico!
Pensei também em cortar meias de nylon, que não sei porque eu tinha levado uma
coleção, no fim só usei um par. Mas não tinha agulha, tesoura, linha e depois
ficaria colada no corpo eu iria suar e poderia até ficar com cistite. Sei lá! Tudo
isso eu fiquei pensando no turno da tarde parte da noite de quinta-feira. Ao término das aulas e do jantar, voltei por
quarto, tirei tudo das bolsas de viagem, atirei na cama e nada de achar as
calcinhas. Já estava guardando tudo na bolsa, quase aceitando a oferta da solidária
e prevenida colega de quarto que tinha uma calcinha nova, quando lembrei do
bolsinho da mochila e lá estava a necessaire. Ufa! Eu não era mais uma sem calcinha
no Baila Costão!
Agora não mais sobre
minha organização ou desorganização da mala, mas sobre as emoções do evento. Já
tinha lido algo a respeito da força das multidões em estádios de futebol, em passeatas
e procissões, o que explica o ápice do evento ter sido, para mim, o Aulão da
Zumba, numa sala grande e lotada com uma turma de professores incríveis. Eu me
emocionei de tal forma que tive vontade de chorar de alegria, sim, porque eu
sou exagerada nas emoções, escorpiana, intensa e profunda! Não lembro qual era
a canção, só que era em espanhol, meu idioma como professora e tradutora, foi
na segunda música conduzida pelo professor Denys que senti uma emoção muito forte
que nem sou capaz de descrever, mesmo sendo alguém do mundo das linguagens. Mas
é daqueles momentos que a gente vive e pensa: jamais irei esquecer o que
estou vivendo, o que estou sentindo agora!
Outro instante mágico do evento foi a apresentação Coragem com a música de mesmo nome, com um bailarino síndrome de Down e uma bailarina deficiente visual. A dupla dançou numa animação contagiante, bem de acordo com a canção: “Pra que chorar, melhor sorrir / Perseverar, não desistir / E ter um pouquinho só de malandragem / A vida vai te balançar / Te questionar, te sacudir o que ela quer da gente é coragem.” Gosto muito da letra que traz um pouco do Vidas Secas, do Guimarães Rosa: “A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”
Que sorte eu tenho de ter
aplaudido Coragem e de viver na pele e no corpo de que La vida es un Carnaval,
como ensinou Celia Cruz e eu aprendi na Zumba!
Vida longa ao Baila
Costão, à Zumba e às amizades!
Muito obrigada aos
milhares e atenciosos trabalhadores do Resort, aos organizadores e a todos os
que fizeram o Baila Costão acontecer e de forma muito carinhosa à equipe da Zumba,
que fez um trabalho maravilhoso, e às minhas colegas amigas pela ótima parceria!





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