terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

OLGA - UMA MULHER ADMIRÁVEL


  
          Em 26 de fevereiro de 1921 nasceu Olga Salomoni, ainda não era Bertaco. Em Bertaco transformou-se por amor a Luiz, jovem elegante, também filho de imigrantes italianos, com que se casou em 1939, na Igreja São José da Vila Nova.
                   Olga filha de Lúcia e João Salomoni. Do pai herdou o gosto pela arte: da ópera à literatura; da mãe: o talento na culinária.
Com Luiz construiu sua família, morando em Porto Alegre, no bairro Vila Nova, onde plantaram, colheram, compraram terrenos, fizeram amigos, tiveram filhos. Após um ano de casados veio a Janete; depois de seis anos, o Jainor e após três anos, a caçula Joecí.
Passaram-se os anos, os filhos casaram e nasceram os netos: Janilce, Josandra, Josiane, Joselma, Josângela, João Luís, Joselaine e Joe Luís.
Infelizmente nem todos os netos puderam conhecer Luiz, conviver com ele, mas sabemos de sua alegria e entusiasmo. Eu mesma, às vezes, repito frases ditas por ele, embora não recorde de tê-las ouvido, na verdade nem sei como era o timbre de sua voz. Agradeço à Olga por lembrá-lo sempre e fazer com que nós, os netos, pudéssemos conhecê-lo de alguma forma, através dela.
Da Olga sim todos poderíamos falar muito... Recordo da infância com torta bolacha e crostoli, do colo macio, dos raviolis, do incentivo para qualquer feito: para as viagens, para a compra do primeiro apartamento, para o comprimento da micro-saia, para a troca de emprego, ...
Dando continuidade à história de Olga, as netas cresceram e também tiveram suas filhas. Nasceram as bisnetas: Laura, Maria Eduarda, Júlia, Sophia, Juliana, Jordana e Clara. Sem dúvida esta é uma família de mulheres fortes, sangue herdado dos imigrantes. E esta força da mulher imigrante muito nos orgulha e tentaremos transmitir a esta nova geração feminina que tem a sorte de ter Olga como bisavó, esta gigante em amor, a quem hoje quero homenagear de uma forma muito especial.
Para mim Olga sempre foi e será muito mais que uma avó, grande amiga e companheira de viagem.  A pessoa mais doce, amável e generosa que já conheci. Olga é uma mulher admirável! Admirável pela forma como sempre conduziu sua vida, preocupada em unir a família aos domingos com chás inesquecíveis e bandejas sem fim. Tudo arrumado com primazia, cuidado e beleza.
Devo confessar que pertenço a uma família tradicional e vivi todos os momentos femininos ou ritos de passagem com orgulho e a Vó Olga esteve muito presente nestas datas: tricotou meu vestido de Primeira Comunhão (tinha esquecido de mencionar que é também minha madrinha de batismo), costurou o meu vestido de quinze anos e o de noiva. Em meu casamento estava tão nervosa quanto eu e ajeitava meu vestido a cada cinco minutos, em uma expressão de carinho memorável...
Felicidades a esta mulher admirável, que parece trufa recheada de encanto e alegria, a quem tenho a sorte de chamar de Vó.

Homenagem a Vó Olga lida no dia de sua festa de 80 anos e depois publicada em 28 de julho de 2006, Jornal Bom Dia, p. 6 em ocasião ao Dia da Vovó